"Será que a maldade é uma espécie de semente que carregamos dentro de nós, capaz de brotar na mais adorável das crianças?"
Livro: Menina Má
Autor (a): William March
Editora: Darkside
Páginas: 262
SINOPSE:
Publicado
originalmente em 1954, MENINA MÁ se transformou quase imediatamente em um
estrondoso sucesso. Polêmico, violento, assustador eram alguns adjetivos comuns
para descrever o último e mais conhecido romance de William March. Os
críticos britânicos consideraram o livro apavorantemente bom. Ernest Hemingway
se declarou um fã.
Rhoda, a pequena malvada
do título, é uma linda garotinha de 8 anos de idade. Mas quem vê a carinha de
anjo, não suspeita do que ela é capaz. Seria ela a responsável pela morte de um
coleguinha da escola? A indiferença da menina faz com que sua mãe, Christine,
comece a investigar sobre crimes e psicopatas. Aos poucos, Christine consegue
desvendar segredos terríveis sobre sua filha, e sobre o seu próprio passado
também.
OPINIÃO:
Oi, gente!
Tudo bem com vocês?
Para hoje, trago a resenha de um
livro um tanto quanto... hum, intrigante.
Menina Má, como o título já
aponta, conta a história de uma garota, Rhoda, de oito anos, que vive com os
pais e que se mostra capaz de cometer atrocidades inimagináveis para conseguir
o que deseja. No decorrer de todo o livro, o pai de Rhoda está ausente por
estar numa viagem a trabalho. Christine, sua mãe, cuida sozinha da filha.
Rhoda é a típica garotinha amada
por todos e admirada por seu autocontrole, sua "maturidade" e
organização. Ela definitivamente não se parecia com nenhuma outra criança da
sua idade, e isso cativava a todos os adultos ao seu redor.
Christine é uma mulher bonita e
extremamente bondosa. Incapaz de cometer qualquer ato que possa machucar
alguém, seja este de forma física ou emocional.
Eu não vou me prolongar muito
falando da história para vocês, pois do contrário acabarei soltando vários
spoilers, mas a partir da página 70 (quando o livro narra morte de um garoto)
Christine passa a enxergar a filha de outra forma e acabará descobrindo muita
coisa sobre o seu passado, coisas que ela nem imaginava, e passa a se culpar
por todas as ações de Rhoda.
Devo confessar a vocês que essa
leitura não me agradou. Eu sou mega fã de livros de suspense, investigação,
morte e coisas do gênero, mas esse definitivamente não conseguiu me prender.
A Rhoda não foi o tipo de
personagem que me fizesse pensar: "Cara***, essa guria é f***!" Na
verdade, o que realmente me surpreendeu foi ela ser tão sem noção e as pessoas
acharem normal, não perceberem que aquela criatura precisava de ajuda
profissional.
E a Christine... aiiii gente, me
dá raiva ter que falar dela, tamanho o ódio que essa mulher conseguiu despertar
em mim. Ela se torna a protagonista da história e, de verdade, me dá pena e
raiva, ao mesmo tempo. É uma mulher boa, doce, gentil... mas cara, é muito
boba. E até agora não sei se devo defini-la como burra ou ingênua.
E o final.... Nossa, simplesmente
horrorível (horroso + horrível)!
Você fica tipo: Oi???
Eu estou até agora sem acreditar!
Mas é claro que o livro não é de
tudo ruim. Eu gostei da ideia do autor de trazer uma criança psicopata, que é
altamente fria e calculista, que só pensa em si e nos seus interesses e que é
capaz de qualquer coisa para conseguir o que deseja. Gostei bastante dessa
discussão que pode ser feita em torno da história: A psicopatia e esse lado
perverso já vem da infância? A maldade é algo que já nasce conosco e independe
do contexto em que estamos inseridos? Independe da classe social? Do acesso à
educação? Do núcleo familiar? Dos conceitos morais a que somos
apresentados?
Esses são questionamentos que
podem gerar um debate bem bacana e isso me agrada muito.
Eu, particularmente, acredito que
sim, nós já nascemos com vontade e personalidade definidas, herdamos muitas
características genéticas da nossa família, mas também acredito que essa
personalidade vai se moldando de acordo com o contexto social em que somos inseridos.
O meio do qual fazermos parte tem um poder imenso sobre nós, mas ele só
interfere se permitirmos.
O livro em si é muito tranquilo
de se ler. É curto, então mesmo que você não goste, a leitura é rápida. A capa
é linda e passa uma mensagem muito importante e que é algo que nós insistimos
em não ver: o que é bonito por fora, pode ser feio, muito feio, por dentro.
Essa aparência exterior não mostra absolutamente nada. Ao contrário, ela
esconde. Esconde nossos pensamentos, mascara tudo que se passa em nosso coração
e nos mostra, na maioria das vezes, como não somos.
Bom gente, espero que tenham
gostado e, se não gostarem, que bom também porque vai ser um sinal de que o
livro os agradou e isso é ótimo. Até entendo que a história foi escrita em
outro contexto (1954), era outra época e pra essa época ela deve ter sido
chocante e polêmica, mas pra mim foi bem tranquila e não supriu as
expectativas.
Obs.: Eu só vi textos positivos em
relação ao livro e estou começando a pensar que o problema deva ser eu kkkk'
Até a próxima!
Beijos :-*
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