sábado, 15 de outubro de 2016

{Resenha} Menina Má — William March

"Será que a maldade é uma espécie de semente que carregamos dentro de nós, capaz de brotar na mais adorável das crianças?"
 
Livro: Menina Má
Autor (a): William March
Editora: Darkside
Páginas: 262

SINOPSE: 
Publicado originalmente em 1954, MENINA MÁ se transformou quase imediatamente em um estrondoso sucesso. Polêmico, violento, assustador eram alguns adjetivos comuns para descrever o último e mais conhecido romance de William March. Os críticos britânicos consideraram o livro apavorantemente bom. Ernest Hemingway se declarou um fã.
Rhoda, a pequena malvada do título, é uma linda garotinha de 8 anos de idade. Mas quem vê a carinha de anjo, não suspeita do que ela é capaz. Seria ela a responsável pela morte de um coleguinha da escola? A indiferença da menina faz com que sua mãe, Christine, comece a investigar sobre crimes e psicopatas. Aos poucos, Christine consegue desvendar segredos terríveis sobre sua filha, e sobre o seu próprio passado também.

OPINIÃO:
Oi, gente!
Tudo bem com vocês?

Para hoje, trago a resenha de um livro um tanto quanto... hum, intrigante.

Menina Má, como o título já aponta, conta a história de uma garota, Rhoda, de oito anos, que vive com os pais e que se mostra capaz de cometer atrocidades inimagináveis para conseguir o que deseja. No decorrer de todo o livro, o pai de Rhoda está ausente por estar numa viagem a trabalho. Christine, sua mãe, cuida sozinha da filha.
Rhoda é a típica garotinha amada por todos e admirada por seu autocontrole, sua "maturidade" e organização. Ela definitivamente não se parecia com nenhuma outra criança da sua idade, e isso cativava a todos os adultos ao seu redor.
Christine é uma mulher bonita e extremamente bondosa. Incapaz de cometer qualquer ato que possa machucar alguém, seja este de forma física ou emocional.
Eu não vou me prolongar muito falando da história para vocês, pois do contrário acabarei soltando vários spoilers, mas a partir da página 70 (quando o livro narra morte de um garoto) Christine passa a enxergar a filha de outra forma e acabará descobrindo muita coisa sobre o seu passado, coisas que ela nem imaginava, e passa a se culpar por todas as ações de Rhoda.

Devo confessar a vocês que essa leitura não me agradou. Eu sou mega fã de livros de suspense, investigação, morte e coisas do gênero, mas esse definitivamente não conseguiu me prender.
A Rhoda não foi o tipo de personagem que me fizesse pensar: "Cara***, essa guria é f***!" Na verdade, o que realmente me surpreendeu foi ela ser tão sem noção e as pessoas acharem normal, não perceberem que aquela criatura precisava de ajuda profissional. 
E a Christine... aiiii gente, me dá raiva ter que falar dela, tamanho o ódio que essa mulher conseguiu despertar em mim. Ela se torna a protagonista da história e, de verdade, me dá pena e raiva, ao mesmo tempo. É uma mulher boa, doce, gentil... mas cara, é muito boba. E até agora não sei se devo defini-la como burra ou ingênua. 
E o final.... Nossa, simplesmente horrorível (horroso + horrível)! 
Você fica tipo: Oi??? 
Eu estou até agora sem acreditar!

Mas é claro que o livro não é de tudo ruim. Eu gostei da ideia do autor de trazer uma criança psicopata, que é altamente fria e calculista, que só pensa em si e nos seus interesses e que é capaz de qualquer coisa para conseguir o que deseja. Gostei bastante dessa discussão que pode ser feita em torno da história: A psicopatia e esse lado perverso já vem da infância? A maldade é algo que já nasce conosco e independe do contexto em que estamos inseridos? Independe da classe social? Do acesso à educação? Do núcleo familiar? Dos conceitos morais a que somos apresentados? 
Esses são questionamentos que podem gerar um debate bem bacana e isso me agrada muito.

Eu, particularmente, acredito que sim, nós já nascemos com vontade e personalidade definidas, herdamos muitas características genéticas da nossa família, mas também acredito que essa personalidade vai se moldando de acordo com o contexto social em que somos inseridos. O meio do qual fazermos parte tem um poder imenso sobre nós, mas ele só interfere se permitirmos.

O livro em si é muito tranquilo de se ler. É curto, então mesmo que você não goste, a leitura é rápida. A capa é linda e passa uma mensagem muito importante e que é algo que nós insistimos em não ver: o que é bonito por fora, pode ser feio, muito feio, por dentro. Essa aparência exterior não mostra absolutamente nada. Ao contrário, ela esconde. Esconde nossos pensamentos, mascara tudo que se passa em nosso coração e nos mostra, na maioria das vezes, como não somos.

Bom gente, espero que tenham gostado e, se não gostarem, que bom também porque vai ser um sinal de que o livro os agradou e isso é ótimo. Até entendo que a história foi escrita em outro contexto (1954), era outra época e pra essa época ela deve ter sido chocante e polêmica, mas pra mim foi bem tranquila e não supriu as expectativas. 
Obs.: Eu só vi textos positivos em relação ao livro e estou começando a pensar que o problema deva ser eu kkkk'

Até a próxima!
Beijos :-*

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